quarta-feira, 19 de março de 2014


no inicio dos anos 70, em Lisboa, fazia-se um homem Pai
este pai passeava orgulhoso com a sua filha ao colo nos Jardins de Belém
brincava com ela, mordia-lhe os dedos 
leva-a ao estádio do Belenenses,  às reuniões da comissão de trabalhadores
e à missa no domingo em que mandava
era católico, adorava a nossa Senhora de Fátima e não gostava de padres
ela olhava para ele como se fosse o Rei do Mundo
ele era o Rei do Mundo
acordava varias vezes de noite para cobrir com o lençol a razão do seu viver
fê-lo durante 23 anos
homem madrugador e cheio de energia
eram dele as melhores sandes de ovo mexido do pequeno almoço dela
trabalhava sempre no turno da noite
tinha assim mais tempo para ela
deitava-se no chão com ela, era criança como ela
mostrou-lhe quase todos os recantos do pais
os que ele não lhe mostrou, mostrou-lhos ela a ele
homem de fortes convicções e de forte temperamento
doce como o mel
um resmungão que a criou resmungona
gritavam os dois os seus pontos de vista
cada um cedia muito pouco
o AMOR entre eles era mais forte
nada o fazia abalar
um homem de paixões subjetivas
as paixões dele eram as paixões dos seus
era feliz
um sorriso dela fazia-o feliz
um sorrido dele fazia-a feliz
nunca levantou uma mão com ódio
nunca levantou uma mão
não guardava rancor
era amigo
tinha o coração do tamanho do mundo
quando ela casou ficou “triste como a noite”
queria que ela estivesse sempre perto dele
a uma mão de distância
percebeu depois que os dois corações batiam juntos
e que nada os iria separar
ensinou-a a conduzir um camião
entranhou-lhe essa paixão
também lhe ensinou a conduzir a vida com mão de ferro
e alma de manteiga
dizia que ia ensinar o neto a trata-lo pelo nome
 “João, há-de tratar-me por João”
quando o neto nasceu contou a toda a gente que era avô
nunca o ensinou a trata-lo por João
avô
ensinou-o sem palavras a ser um homem de palavra
homem de verdade
 
lutou como um leão
nunca se lhe ouviu um ai
os seus olhos 
nos olhos dela
os dela nos dele 
agarrou-se-lhe à vida
partiu
contrariado
contrariando

ainda hoje ela pensa que ele é o Rei do Mundo

este HOMEM
este PAI
é o PAI
o meu PAI

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Página 161

Porque me senti desafiada pela "Velas"

Desafio:

Pegar no livro mais próximo (Não precisa de ser o que andam a ler)

Abri-lo na página 161

Procurar a 5ª frase completa

Colocar a frase no vosso blogue ou como comentário no meu.



Foto de : Olhares.com

Frase: e, por um momento, pareceu dar um salto na cadeira e fugir dali.

Comentário:............Faria se pudesse

Do Livro: "O Navio do Ópio" de Fernando Sobral

terça-feira, 3 de julho de 2007


relativamente
relativo
muito
pouco
tudo
nada
branco
preto
claro
escuro
chuva
sol
frio
calor
tudo
nada
talvez.......
....um pouco de tudo e de nada

terça-feira, 19 de junho de 2007


"Quando deixar de me indignar, de sentir, de chorar, está na hora de partir"


Uma frase que tem pairado muito perto, muitas vezes.
.

terça-feira, 15 de maio de 2007

....... "e o casamento É......


......... um relacionamento a dois, no qual uma das pessoas está sempre certa e a outra é o marido."
Não resisti..........e quem tem a coragem de dizer que não.....??!!

sexta-feira, 4 de maio de 2007




"Não vemos as coisas como elas são... .

... vemos as coisas como nós somos".